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O vereador Paulo Roberto na tribuna em defesa da comunidade de Aguas Lindas. (Beto Castanheiro) |
Bom dia Presidente, senhoras e senhores vereadores, todos e todas aqui presentes, a Imprensa.
Hoje, faço uso desta tribuna para dizer dos últimos acontecimentos em Águas Lindas de Goiás, em especial no tocante a Segurança Pública. Estou aqui desde o ano de 1999 e não é de agora que enfrentamos estes mesmos problemas; que assistimos à cúpula da Segurança Pública, seja Civil, seja Militar, se deslocar dos gabinetes na capital goiana em direção à nossa cidade para alardear que vão fazer levantamentos, propor estratégias de prevenção e repressão à criminalidade devastadora na região, aumentar efetivos, oferecer novas viaturas, dotar as forças policiais de estrutura apropriada para combater os criminosos.
Não quero aqui ser pessimista. Mas já vi este filme. Acredito que nos últimos dez anos, por três ou quatro vezes ações idênticas foram desencadeadas, mas depois de dois ou três meses, tudo voltou ao ‘status quo ante’, ou seja, pura pirotecnia até que outro fato possa tirar os olhos da imprensa da realidade nua e crua de que a região do Entorno, em especial Águas Lindas de Goiás, é a área mais violenta do País. É a terra do nem, “nem Brasília, nem Goiânia”.
Todos aqui recordam que em uma destas ações de pirotecnia para ‘resolver’ a questão de segurança do Entorno, a Força Nacional que aqui esteve e se envolveu em vários atos de arbitrariedade, justamente por atuar fora dos padrões específicos. Um IML chegou a ser inaugurado em Águas Lindas pelo ex-governador Alcides Rodrigues e pelo ex-prefeito José Pereira. Uma piada de mau gosto, dentre tantas outras perpetradas por aquele desastrado governo. Por outro lado, quero dizer que vejo dois fatos atuais que podem dar outro rumo e escrever uma nova história das intervenções na área de Segurança Pública no Entorno.
O primeiro: A criação pelo governador Marconi Perillo de uma Subsecretaria de Segurança Pública específica para o Entorno, sediada em Luziânia, comandada pelo coronel Edson, ex-comandante da PM Goiana, integrada também pelo delegado de Polícia Eraldo Augusto, ex-delegado regional de Formosa, com larga experiência em Inteligência Policial, inclusive responsável pela prisão do assassino do candidato a vereador, Irmão Venceslau, na última eleição municipal, e, ainda, pelo nosso amigo, o competente coronel Alexandre Freitas Elias.
O segundo: É de que esta Casa de Leis por meio de seus membros e a comunidade como um todo, não vai, desta feita, se deixar levar pela pirotecnia de ações políticas destinadas apenas a debelar por alguns dias a violência desregrada em nossa cidade. Tenho certeza, que os vereadores e vereadoras irão cobrar veementemente as promessas feitas de aumento de efetivo, de frota e de estrutura, como por exemplo, a nossa reivindicação desde o ano de 2006 do Núcleo de Polícia Técnico-Científica (IML e IC), cujo processo se encontra engavetado na Casa Civil em Goiás.
Temos que cobrar incansavelmente a ativação da 2ª Delegacia de Polícia, na Morada da Serra, no mínimo com a mesma estrutura da 1ª Delegacia de Polícia, hoje em funcionamento no CIOPS. Não podemos mais aceitar que o nosso povo tenha de se deslocar da Cidade do Entorno, Jardim da Barragem V e VI, Morada da Serra, Santa Lúcia e tantos outros setores longínquos, até ao Guaíra para registrar uma ocorrência policial.
Tal fato me faz acreditar que a subnotificação de crimes em Águas Lindas ultrapassa 60%, ou seja, de cada dez ocorrências registradas na Delegacia de Polícia, seis deixaram de ser comunicadas. Temos que cobrar incansavelmente a ativação da Delegacia da Mulher com estrutura própria e efetivo condizente: delegados, agentes e escrivães. Existe hoje apenas no discurso político vazio.
Temos que cobrar incansavelmente o aumento real do efetivo das polícias Civil e Militar, quando digo real, minhas amigas, meus amigos, é trazer mais policiais para ações de repressão e prevenção; policiais para reprimir e prevenir à prática de homicídio, de tráfico de drogas, roubos e etc., e não apenas transferirem quatro policiais e a chefia determinar a transferência de cinco; trazer equipes de Luziânia e Goiânia para ações momentâneas; parcerias momentâneas com a PMDF e PCDF, até porque eles não estão conseguindo resolver sequer os problemas deles na capital federal.
Temos que exigir que o Distrito Federal e a União Federal entrem com sua cota parte, ou seja, recursos financeiros para bancar a conta. Como? Várias podem ser as formas, uma delas já em tramitação na Câmara Federal, a PEC 170/2007, de autoria do Deputado Federal João Campos (PSDB/GO), que destina 10% do Fundo Constitucional do Distrito Federal para o Entorno, ou seja, os 19 municípios (tidos agora como Região Metropolitana de Brasília), para fins de aplicação nas áreas de Segurança Pública, Saúde e Educação. Imaginem minhas amigas, meus amigos, senhores vereadores e senhoras vereadoras, são recursos da ordem de 700 milhões/ano. Este orçamento é o gasto pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás durante um ano inteiro para atender todo o Estado. Peço que pensem sobre o assunto, aqui moram nossos amigos, nossas amigas, entes queridos, em suma o povo que acredita em cada um de nós. Abraços.